O Monumento Natural do Glaciar de Planalto do Paul da Serra que engloba os geossítios do Sítio das Pedras e Bica da Cana delimita uma área no planalto do Paul da Serra onde podem ser observadas formas de relevo e depósitos resultantes da ação de um glaciar de planalto, durante o Último Período Glaciar. Além disso, é possível observar na zona da Bica da Cana uma camada superficial de piroclastos de queda basálticos, resultantes de atividades explosivas, associados ao mais recente episódio eruptivo datado na ilha da Madeira (6.000-7.000 anos), o único de idade Holocénica confirmada e posterior ao desaparecimento do glaciar.

 

Morfologia glaciar @Brum da Silveira

 

Os seus limites territoriais são definidos a sul pelo limite da Zona Especial de Conservação do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira (PTMAD0002), entre o Loiral e as Pedras, circunscrevendo, a leste, o planalto pela cota dos 1.500 metros, até à zona norte, a oeste da Bica Cana, subindo até ao limite entre os concelhos da Ponta do Sol e S. Vicente até aos Estanquinhos, e daí até à berma sul da Estrada Regional 105 até ao cruzamento com a Estrada Regional 209, acompanhando esta, pela berma leste, até ao Loiral.

 

mapa1 Glaciar de Planalto Paul da Serra

 

 

mapa2 Glaciar de Planalto Paul da Serra

 

Toda a área é considerada de Tipo I, com a exceção do Sítio das Pedras, delimitado a sul pelo limite da ZEC, a oeste pela linha de água da ribeira da Ponta do Sol, a norte e a leste por uma linha a uma distância de 50 metros do topo da escarpa basáltica da Fajã Redonda, que é considerada de Tipo II.

Área considerada de Tipo I: devem-se privilegiar os atos e atividades no âmbito da investigação e conhecimento, da conservação da natureza e dos valores naturais, paisagísticos, culturais e geológicos, assegurando-se sempre o uso sustentável dos recursos, garantindo o desenvolvimento socioeconómico local, e a salvaguarda do equilíbrio ambiental.

Área considerada de Tipo II:os atos e atividades a realizar são, designadamente, ações de conservação da geodiversidade e valorização dos valores integrados na área, bem como ações de divulgação e sensibilização ambiental, investigação e trabalhos científicos que contribuam para a manutenção do património existente.

O Monumento Natural da Ponta do Garajau engloba o geossítio com o mesmo nome e onde se pode observar um cone vulcânico surtseiano. Trata-se de um cone de tufos edificado sobre uma arriba e formado por depósitos de cinzas e blocos de cor amarelada associados a atividade hidrovulcânica, e que alternam com depósitos de lapilli e bombas, de cor negra a avermelhada, associados a fases de atividade subaérea estromboliana. Observam-se, ainda, dois filões que terão alimentado as fases mais tardias da erupção.
Mais informações geológicas relativas a este monumento natural, poderão ser consultadas neste site, mais concretamente no geossítio SC01 - Ponta do Garajau.

 

Pormenor do cone surtseiano @Brum da Silveira

 

Os seus limites territoriais são definidos, a sul, pela linha de costa, a oeste por uma linha de água incipiente entre a última curva da estrada de acesso à praia do Garajau e o limite norte da Zona Especial de Conservação do Pináculo (PTMAD0007), a norte segue esse limite, até ligar à linha de costa pela primeira linha de água após o cone.

mapa1 Ponta do Garajau

 

mapa2 Ponta do Garajau

Toda a área é considerada de Tipo II: os atos e atividades a realizar são, designadamente, ações de conservação da geodiversidade e valorização dos valores integrados na área, bem como ações de divulgação e sensibilização ambiental, investigação e trabalhos científicos que contribuam para a manutenção do património existente.

Rede de Monumentos da Região Autónoma da Madeira


A complexa evolução geológica dos arquipélagos da Madeira e das Selvagens leva a que vários locais do território apresentem diferentes tipos rochosos, minerais, fósseis, estruturas vulcânicas e sedimentares e formas de relevo que documentam e testemunham a sua história. A singularidade, qualidade e diversidade destes valores conferem a estes locais um elevado valor científico, turístico e cultural, sendo, em alguns casos, fenómenos raros a nível mundial. Por essa razão, estes locais, que constituem património geológico da Região, constando alguns do Inventário Nacional de Património Geológico, merecem ser preservados. É neste enquadramento, em que se pretende salvaguardar os interesses ambientais existentes nestes espaços naturais, compatibilizando-os com a presença humana, que é criada a Rede de Monumentos Naturais da Região Autónoma da Madeira, classificando áreas protegidas como Monumentos Naturais, através do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2021/M. Integram esta rede 13 novos monumentos e, também, os monumentos naturais do Cabo Girão e da Ponta do Pargo anteriormente classificados.

Os fundamentos gerais para a criação da Rede de Monumentos Naturais da Região Autónoma da Madeira:

  • A necessidade de proteção de ocorrências notáveis do património geológico e da integridade das suas características;
  • O interesse para a investigação científica na área da Geologia e a sua divulgação numa perspetiva de educação ambiental;
  • A importância do património geológico na definição da identidade e cultura regional;
  • A necessidade de adoção de medidas de gestão que valorizem e permitam o usufruto sustentável dos monumentos naturais por parte dos visitantes, como forma de contribuir para o desenvolvimento económico regional.

O Monumento Natural da Ponta do Pargo encontra-se integrado na área Protegida da Ponta do Pargo, conforme definido no Decreto Legislativo Regional n.º 19/2018/M.

Monumento Natural - Arribas da Ponta do Pargo ©Teresa Gonçalves

Monumento Natural - Arribas da Ponta do Pargo.

Os limites territoriais do Monumento Natural da Ponta do Pargo englobam toda a área de encosta definida a norte pela Ribeira do Tristão no concelho do Porto Moniz e a oeste pelo Ribeiro Velho no concelho da Calheta, estando ainda os limites definidos pela linha de base da arriba e pela linha de início do desnível orográfico (excluindo os terrenos agrícolas).

Delimitações do Monumento Natural e de outras áreas classificadas ©IFCN

Delimitações do Monumento Natural e de outras áreas classificadas.

A singularidade única evidenciada pela arriba entre a Ponta do Tristão e a Ponta do Pargo, a sua morfologia retilínea, deve -se a uma plataforma de abrasão marinha contínua, originada pela ação da ondulação forte, verificando -se um controlo geomorfológico estrutural. Ao longo da arriba são visíveis falhas perpendiculares com expressão morfológica recente, mas sem manifestação à superfície do terreno.

A Quebrada Nova e a Fajã Nova formaram -se na base da arriba pela acumulação dos detritos provenientes do desmantelamento da mesma. A partir destas Fajãs, são observáveis empilhamentos de escoadas vulcânicas intercaladas com piroclastos, cortados por uma rede filoniana perpendicular.

Constituem, deste modo, fundamentos gerais para a classificação do Monumento Natural da Ponta do Pargo:

a) A necessidade de proteção de ocorrências notáveis do património geológico e da integridade das suas características;

b) O interesse para a investigação científica e a sua divulgação numa perspetiva de educação ambiental.

A categoria III é atribuída ao Monumento Natural da Ponta do Pargo (conforme a IUCN - International Union for Conservation of Nature) atendendo a área conter zonas de elevado valor e importância natural e cultural e que devido à sua raridade, qualidades estéticas inerentes e significado cultural importa preservar e salvaguardar.

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Geossítios da Região Autónoma da Madeira

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