Os Nossos Recursos Geológicos, a Sociedade e a Cultura
CONDIÇÕES DE CANDIDATURA
O concurso escolar destina-se aos alunos que frequentam os niveis de ensino desde o infantário ao secundário, o ensino profissional e o ensino resorrente, ou seja, podem concorrer os alunos que frequentam o:
Infantário; Pré - Escolar; 1º, 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico; Secundário; Ensino Profissional e Ensino Recorrente.
COMO PODE CONCORRER
- Cada candidatura deve ser apresentada por turma ou interturmas (do mesmo ciclo de ensino), com um limite mínimo de 2 (dois) participantes e o máximo de 4 (quatro);
- Dentro da mesma turma ou entre turmas podem candidatar-se vários trabalhos/ projetos desde que seja respeitado o número mínimo e máximo de participantes por grupo;
- Podem candidatar-se a este concurso alunos que frequentem atividades extracurriculares, nomeadamente: clubes, projetos, etc..;
- A (s) candidatura (s) deve (m) ser realizada (s) através do preenchimento e submissão do inquérito, disponível neste link até ao dia 12 de janeiro de 2024;
ATENÇÃO: o preenchimento de um inquérito refere-se apenas a um, e um só, trabalho a ser candidato. - Cada trabalho ou projeto candidato tem, obrigatoriamente, de efetuar a sua validação/ confirmação até o dia 23 de março de 2024 neste link.
OBJETIVOS
Os trabalhos a concurso devem:
- Sensibilizar para a importância dos conhecimentos no domínio das geociências;
- Desenvolver ações teóricas e práticas em articulação com os conteúdos programáticos de todas as áreas do conhecimento;
- Compreender a importância dos recursos geológicos no arquipélago da Madeira;
- Entender as diferentes origens dos recursos geológicos no arquipélago da Madeira;
- Conhecer as diversas aplicações de recursos geológicos do arquipélago da Madeira na arquitetura;
- Relacionar a utilização da pedra ornamental do arquipélago da Madeira nos edifícios, os utensílios de pedra, a calçada madeirense e etc. com a sociedade e a cultura;
- Enquadrar os Objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável nos trabalhos apresentados, em particular, o ODS 13 e o ODS 15 ;
- Desenvolver ideias e projetos práticos que promovam a compreensão ao nível dos recursos geológicos do arquipélago da Madeira, a sua importância na sociedade e na cultura, tendo por base a mitigação das alteraçõesclimáticas, a proteção, a recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres (onde vivem e ou estudam).
ENQUADRAMENTO CIENTÍFICO E PEDAGÓGICO
Os Nossos Recursos Geológicos, a Sociedade e a Cultura
Nas ilhas do arquipélago da Madeira, segundo Carvalho e Brandão (1991), maioria das formações geológicas, cujas rochas vulcânicas são utilizadas e aplicadas como pedra natural e ornamental na Madeira e no Porto Santo, distribuem-se por dois conjuntos distintos. Um primeiro conjunto é constituído por "rochas básicas, efusivas", (ou rochas extrusivas, ou vulcanitos) muito compactas, ou igualmente porosas e vacuolares, designadas popularmente por rochas “faventas”. São conhecidas por cantarias “duras” ou “rijas” (ou pedras lavradas). Este tipo de "rochas vulcânicas porosas apresenta uma textura uniforme de granularidade fina a média e cor cinzenta, mais ou menos escura".
Um segundo conjunto, corresponde aos materiais piroclásticos (fragmentos lávicos). São grosseiros e desordenados, resultantes da atividade vulcânica explosiva, consolidados ou sedimentados, encontrando-se em abundância nas zonas centrais da Ilha da Madeira. Estes materiais piroclásticos, "ditos de projeção", existem em grande variedade de materiais, desde enormes blocos a cinzas muito finas, designadas por “feijoco ou fajoco”, “lapilli” e “areão”. São, de aspeto "vesicular e esponjoso", por vezes pouco consistentes e apresentam em certos casos o aspeto de brechas mais ou menos grosseiras e noutros, apresentam-se como tufos. Estes tipos de materiais, são conhecidos popularmente por cantarias “moles”, são de textura mais variada do que as cantarias “rijas” ou “duras” e afiguram-se com tons de vermelho, castanho, amarelo e verde.
Na Ilha do Porto Santo, igualmente, são utilizadas como pedra natural e ornamental, dois conjuntos de vulcanitos. O primeiro conjunto, analogamente, constituído por uma rocha "básica e efusiva" (ou rocha extrusiva, ou vulcanito), apresenta uma cor cinzento claro, sendo de composição traquítica sem porosidade, ostentando por vezes "xenólitos ou encraves de cor mais escura e de contornos circulares". São conhecidas popularmente por cantarias “branco sujo do Porto Santo”. Também na Madeira, é extraído um "género petrográfico de composição traquiandesítica", muito parecido, possuindo, no entanto, algumas diferenças no que respeita ao "aspeto macroscópico", relativamente ao traquito do Porto Santo. Esta rocha, quando utilizada como pedra natural e ornamental, é conhecida nesta ilha como cantaria “branco-sujo do Campanário”. O segundo conjunto do género piroclástico, apresenta-se como tufos de cor castanha avermelhada, igualmente como na Madeira, denomina-se por tufo de lapilli ou cantaria “mole”.
As rochas vulcânicas, extrusivas ou vulcanitos, na Madeira e no Porto Santo, para além de outras aplicações atrás supracitadas, eram utilizadas e aplicadas em forma de blocos nas paredes ou muros, que suportam os socalcos ou “poios” e em paralelepípedos para calcetamento de caminhos. Do “basalto lamelar”, retira-se as lajes empregadas para “pedras mestras” das levadas, lavadouros e pavimentos, calçadas e escadarias, assim como, nos acessos e “terreiros” das casas de habitação. No Porto Santo, usa-se igualmente os traquitos e os riolitos nestas aplicações.
As cantarias “moles” de origem piroclástica são vulneráveis aos agentes erosivos. Por outro lado, as cantarias “rijas” ou “duras” afiguram-se mais duradouras e menos expostas a esses agentes. Para além aplicação ornamental, das cantarias “rijas” ou “duras”, na Madeira, no passado, dava-se largo emprego na construção, mós, pias, pisões, moinhos de mão, gamelas ou gamelões para dar de comer aos animais.
No Porto Santo, os telhados e as paredes das casas eram cobertas por uma de argila especial (bentonite), mais conhecida por “salão do Porto Santo”. Este material piroclástico existente em depósitos bentoníticos, de cor esverdeada, são o resultado uma alteração subaquática de vulcanitos, segundo os especialistas, e têm propriedades plásticas. Pela ação das chuvas, torna-se impermeável e pela ação do calor solar desagrega-se. Assim, as antigas casas porto-santenses mantinham-se frescas no verão e quentes no inverno.
Das praias da Madeira e do Porto Santo, extraíram-se os seixos, conhecidos popularmente por calhaus, de cor negra (de origem basáltica) e de cor branca ou amarela clara, (de origem calcária), para pavimentos de ruas, dos passeios e acessos das quintas e palácios. Este tipo de calçada perpetuou-se com o nome de “calçada madeirense”, pela utilização dos seixos ou calhaus em contraposição à “calçada portuguesa”, em que se usa a pedra partida de formato irregular, de calcário e de basalto. Na Madeira, os calhaus de origem calcária que existente nas calçadas, tem na sua maioria, origem na ilha do Porto Santo, mais concretamente das praias do Ilhéu de Baixo ou da Cal.
Referências:
CARVALHO, A. M. G. de e BRANDÃO, J. M. (1991). Geologia do Arquipélago da Madeira. Publicação do Museu Nacional de História Natural (Mineralogia e Geologia) da Universidade de Lisboa. Lisboa.
GOMES, Celso de Sousa Figueiredo, e SILVA, João Baptista Pereira (1997). Pedra Natural do Arquipélago da Madeira, Importância Social, Cultural e Económica. Madeira Rochas - Divulgações Científicas e Culturais. Câmara de Lobos.
SUGESTÕES DE TEMAS GERAIS DE TRABALHO:
- As casas de salão do Porto Santo.
- A "cantaria mole" nos fornos.
- A "cantaria mole" nas casas.
- A "cantaria mole" nos edifícios públicos.
- A "cantaria dura" nas casas.
- A "cantaria dura" nos edifícios públicos.
- Os utensílios de pedra.
- Os muros de croché.
- Os muros de pedra emparelhada.
- A calçada madeirense.
- Outros.
PRAZO LIMITE DAS CANDIDATURAS
Até 12 de janeiro de 2024.
PRAZO LIMITE DA VALIDAÇÃO/ CONFIRMAÇÃO
Até 23 de março de 2024.
PRAZO LIMITE DA ENTREGA DOS TRABALHOS
30 de abril de 2024
ENVIO DOS TRABALHOS
- Os trabalhos nos formatos: cartaz/poster, tela, jogo/ puzzle e impressão 3D, devem ser entregues em mão ou por correio, na sede da Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas (5.º andar), à Rua Dr. Pestana Júnior, n.º 6, 9064-506 Funchal.
- Os restantes trabalhos nos formatos: vídeo, spots publicitários e fotorreportagens deverão ser enviados através dos serviços de armazenamento/partilha de ficheiros online (WeTransfer, Onedrive, Dropbox, GDrive), cuja ligação de partilha deve ser enviada para o endereço eletrónico a disponibilizar logo que possível.
JURI
Os trabalhos apresentados a concurso serão avaliados pelo seguinte júri:
- Doutor Eng.º João Baptista
Investigador integrado do Centro de Investigação GEOBIOTEC, FCT, Universidade de Aveiro;
- Dr. Vasco Cunha
Coordenador do Programa Educamedia - Direção Regional da Educação;
- Dr. Ilídio Sousa
Membro do Comité Nacional para o Programa Internacional de Geociências (IGCP);
- Coordenador Regional do Concurso Escolar GEA – Terra Mãe
Das decisões do júri não haverá recurso.
Os casos omissos do regulamento serão resolvidos por deliberação do júri.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
- Adequação do tema/ subtema à mensagem.
- Rigor científico.
- Eficácia da mensagem.
- Originalidade.
- Criatividade.
- Qualidade estética.
- Qualidade técnica.
PRÉMIOS
- Todos os alunos a concurso receberão um prémio de participação, uma oferta da Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas
- Será entregue um prémio ao melhor trabalho de cada formato, por cada escalão.
- Serão atribuídos certificados de participação aos alunos e professores.
- Prémio para os (as) professores (as) que apresentarem o melhor tabalho com os seus alunos,independentemente do formato e escalão
DATA DA ENTREGA DOS PRÉMIOS
Em cerimónia com data a divulgar oportunamente.
EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS DOS ALUNOS
Data a divulgar oportunamente.
As informações acima disponibilizadas não dispensam a consulta cuidada do Regulamento do Concurso Escolar "GEA - Terra Mãe" 2023/2024.
Links de Interesse
Como fazer uma Notícia (texto jornalístico) - aqui
GEA-Terra 2022/2023
GEA-Terra 2021/2022
https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geoeducacao/geoescolas/gea-terra-mae-2021-2022.html
GEA-Terra 2020/2021
https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geoeducacao/geoescolas/gea-terra-2020-2021.html
Exposição Virtual GEA 21/22
https://www.artsteps.com/view/627ccd67b1880d9fec5fb6cf
Exposição Virtual GEA 20/21
https://www.artsteps.com/embed/60a394e5dc8d39903579ce32/1280/720
Projetos Multimédia GEA 21/22
https://www.youtube.com/channel/UC8mZp1Q46k4iDd2zccyDu8A/videos
Projetos Multimédia GEA 20/21
https://www.youtube.com/channel/UCYG9Y9Uv0ITi_nOyw2si33w/videos
ORGANIZAÇÃO/COORDENAÇÃO
PATROCINADORES